Motim
Clara: Liguei, liguei mesmo.
Dora: Você não falou que fui eu que te dei o telefone dela, né?
Clara: Claro que não, não disse nada.
Sofia: Mas como é que você tinha o telefone dela em primeiro lugar, Dora?
Dora: O Agenor, meu marido na história, tinha. Sabe como é que é né, ele é advogado, ela quis saber alguns detalhes sobre direitos autorais, claro que o Agenor deu uma ajuda e tal, e não cobrou nada, mas achei super sem compostura, muquirana, da parte dela, né?
Sofia: Ah, mas você sabe como esses escritores são né...
Clara: Ah é, mas eu falei tudo, tudinho. E o pior é que fiquei sabendo que ela ia dar um sumiço no Paulo. Logo agora que o bonitão me convidou pra ir ao cinema, tudo ia bem...
Sofia: Ela me parece uma daquelas pessoas que usam o pessimismo como mecanismo de defesa, sabe? Tipo, preferem imaginar tudo de ruim, tudo mesmo, porque assim acham que não terão surpresas ruins... sei lá.
Dora: Ah é, tudo tem sempre um porém com ela... preferia estar numa novela do Benedito, da Glória, vocês sabem, sempre acaba em casamento, gravidez, herança... isso daqui não está indo a lugar nenhum.
Sofia: Mas com ela tem sempre esse "quid pro quo". Ela dá com uma mão e toma com a outra...
Clara: E se a gente fizer a história dar certo, hein? Tipo assim, na marra?!
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