Tuesday, March 09, 2010

Danke.

Lembra daquela vez em que eu vi o filho da minha psicóloga e flertei com ele na frente dela? Eu tenho certeza que Freud teria uma explicaçao ótima pra isso - e mesmo sem conhecê-la, eu a aceito. E hoje, masturbando-me mentalmente e visualmente através do facebook (onde obviamente eu encontrei ele e não ela - a analista - através de um amigo comum, eu juro de pés juntos) eu sei que tudo isso é simplesmente saudades dela. Ai que saudades do silêncio freudiano dela. De todas as coisas que eu queria que ela dissesse e ela não dizia de propósito. Saudades da limpadinha de garganta que ela dava e... não dizia nada. Saudades mesmo de tudo que eu sabia (supunha?) que ela estava pensando, analisando e não revelando... Saudades dela dizendo "estamos fazendo progresso" com um sorriso que era debochado e desafiador ao mesmo tempo. Saudades de quando eu entrava chorando e soluçando e graças a deus ninguém passava a mão na minha cabeça. Ela me deixava chorar e depois dizia "eu estou escutando". Era óbvio que estava escutando. A gente escuta sempre, é um ato involuntário. Mas ela fazia questão de dizer que estava me escutando. Porque assim, eu também me escutava. E estranhamente, escutar-se não é involuntário.