History repeating...
O passado não me larga. Não me deixa de jeito nenhum. É uma mancha de nanquim indelével na gola da camisa que a inutiliza pra sempre. Um odor, um perfume, uma foto, uma música, um lugar... sempre, incondicionalmente, está lá, o passado, acenando pra mim, de dentro e de fora ao mesmo tempo.
A gente luta contra ele, a gente rasga as fotos em mil pedacinhos, bota fogo em tudo e joga fora, mas ele volta sorrateiro e silencioso e quando menos espera-se, ele nos agarra. Nascemos e pronto: a partir daquela hora marcada na certidão tudo é passado. Tudo, tudo, tudo!
Certas lembranças, as gostosas, são menos detalhadas e menos evidentes. No entanto, é a memória involuntária, traiçoeira, que nos pega e nos derruba nostálgicos, com o olhar perdido no espaço, por horas ou dias. Mas, uma foto e uma música são coisas muito óbvias. Descobri que o sentido traiçoeiro é o olfato que abre um baú fundíssimo dentro da nossa alma e vai buscar lá de dentro a memória que nos esforçamos tanto por enterrar...
E o que resta de todo homem quando ele morre é o passado que ele produziu. Ou seja, enterram o homem, mas seu passado perdura.
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