Um desses dias em que somente clichês podem me confortar. A vida é dura, a vida é curta, a vida tem dessas ironias. Deus é pai, Deus é brasileiro e escreve certo por linhas tortas. O Amor é cego, o amor é sofrimento, o amor é uma flor roxa que nasce no coração do trouxa. E o Amor é isso mesmo que você está vendo. Hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo, e segunda-feira ninguém sabe o que será. Mas o tempo cura tudo, tudo passa, tudo tem solução. Dê tempo ao tempo - apesar de a vida ser curta, pode parecer ilógico, mas o coração tem razões que a própria razão desconhece. E só assim, pra levar o dia hoje. E, enfim, um dia depois do outro, a gente vai levando pois o que não tem remédio, remediado está e como vovó dizia, Deus dá o cobertor conforme o frio. E entre cobertor, frio, Deus, remédio, vovó e o tempo, eu fico com beijo na boca. E, pra beijo na boca, ainda bem, não consegui encontrar nenhum clichê.
Trechos incidentais de Carlos Drummond de Andrade
Friday, February 13, 2004
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