Volto no tempo querendo precisão. Quando tudo começou exatamente. E não encontro. Continuo a procura lúdica, um daqueles momentos que a gente imagina vir com uma legenda dizendo: é agora, é isso, é tudo. Mas, uma vez acontecido, espalha-se por toda a memória o verniz do amor e volto atrás um milhão de vezes, (principalmente antes de dormir), e encontro tudo embebido na sensação de agora que é clara, forte e magnífica. E me desafia de novo a força de algo que começou assim do nada (ou do tudo), e mistura todos os tempos no meu coração. Volto no tempo, quando? Mas a resposta é sempre.
Wednesday, December 29, 2004
Wednesday, December 15, 2004
Isso suga!
Foi o que apareceu na legenda de um filme que passava outro dia na TVA quando um garoto disse "It sucks!".
Eu juro.
Eu juro.
Monday, December 13, 2004
A cada ano que passa fico mais surpresa com as decorações de natal no Brasil. (Mentira, meu pessimismo de auto-defesa me faz imaginar, aliás ter certeza, de que pode ser pior, muito pior sempre*.) Mantas de amianto enroladas em fitas metálicas (ou algum similar), sim, fitas metálicas de péssima qualidade dappertutto, em laços mal-feitos, renas iluminadas piscando junto com parcas árvores enroladas em jogos de luzes provenientes da 25 de Março e o abominável spray de neve... Oh Deus, o problema não é o Natal ter se transformado num feriado comercial e ter perdido seu real significado. O problema é ter se convertido num feriado de mau gosto.
*Filosofia de vida, aplicações metafísicas.
*Filosofia de vida, aplicações metafísicas.
Sunday, December 05, 2004
... e vou vivendo...
É inútil tentar negar. Só quando bebo minha letra (oh yeah, my handwrite) fica linda. E geralmente tenho boas idéias (ok, arguable...).
Besides that, nothing says louder "you look wonderful, darling!" than a twinkling glass of something on the rocks.
(Acabo de assistir a Bridget Jones e constatar minha frágil natureza...)
Besides that, nothing says louder "you look wonderful, darling!" than a twinkling glass of something on the rocks.
(Acabo de assistir a Bridget Jones e constatar minha frágil natureza...)
Tuesday, November 23, 2004
Se me permitem, um pequeno aforismo Alexandrino, desde que fui demitida, tenho vivido avidamente meu lado caçula - que è aquele nosso lado totalmente desprovido de anal retentiveness - ainda bem que aqui è barato beber vinho bom!
Bibliografia sugerida: A coisa nao-deus, Alexandre Soares Silva.
Bibliografia sugerida: A coisa nao-deus, Alexandre Soares Silva.
Monday, November 08, 2004
Thursday, October 21, 2004
Tuesday, October 19, 2004
Cada vez que me perguntam porque estou na Itàlia, a reposta è diversa. Funny enough, sò tem uma resposta certa. Sim, aquela mais òbvia. Mas enfim, isso là è pergunta que se faça? Porque estou na Itàlia?, problema meu, oras bolas, nao pedi dinheiro emprestado pra ninguèm pra vir pra cà. Nao devo satisfaçoes a ninguèm, mas o povo italiano è estilo "dona-matilde-do-biscoitinho-de-nata" e quer saber tudo. Eu me divirto inventando respostas. E conjugando verbos de maneiras impensàveis aos ìtalo-parlantes. Italiano è foda - refiro-me a lìngua, por favor. (E o duplo sentido continua firme...)
PS: 23 minutos no Cyber Cafè sò saiu isso, me perdoem (nao sei como escrever essa palavra, confesso e aqui nao tem til).
PS: 23 minutos no Cyber Cafè sò saiu isso, me perdoem (nao sei como escrever essa palavra, confesso e aqui nao tem til).
Thursday, October 14, 2004
Tanta coisa pra postar e tao poucos minutos no cyber cafè. Tao poucos acentos...
Tinha atè uma foto do candidato napoletano a deputado que se chama Labocetta - eleiçao na Italia è outra coisa. Napoli inteira vota em boceta, opa, Labocetta. E quem nao votaria?
Alias, vencer eleiçao em pais onde o horàrio politico nao è de graça è outra història, nè? Olha là o Kerry gastando a fortuna da familia ketchup, suando seu rego pra bater no Bush nas pesquisas e estatisticas. Enquanto isso, na maravilhosa cidade de Sao Paulo... bem feito.
A dopo, carissimi.
Tinha atè uma foto do candidato napoletano a deputado que se chama Labocetta - eleiçao na Italia è outra coisa. Napoli inteira vota em boceta, opa, Labocetta. E quem nao votaria?
Alias, vencer eleiçao em pais onde o horàrio politico nao è de graça è outra història, nè? Olha là o Kerry gastando a fortuna da familia ketchup, suando seu rego pra bater no Bush nas pesquisas e estatisticas. Enquanto isso, na maravilhosa cidade de Sao Paulo... bem feito.
A dopo, carissimi.
Tuesday, September 28, 2004
Bla
Dias repletos da minha propria cheap philosophy. Sò assim me consolo. Leio sobre a tal da Cabala. E, de certa forma, isto me desconcerta. Ler o best-seller que mudou a vida de Madonna e tantas outras estrelas, nunca me foi atraente. Mas enfim, confesso, leio, estou na metade e ainda nao entendi nada. Por isso digo e digo de novo que nao sei nada, menos que nada, o além-nada dos meus neuronios. E esta reclamaçao toda me faz lembrar da adolescencia. Eh, a fase mais chata da vida em todos os sentidos. E ao mesmo tempo, como um polvo num labirinto (juro que ja vi uma reportagem sobre polvos em labirintos), me sinto sendo testada por alguma entidade superior pra ver se eu consigo sair dessa. Vai ver que é a Cabala. (Repare no 'C' maiùsculo, respeito com a Cabala, rapaziada.)
Agora deveria falar sobre o turismo acidental. Nao faz sentido, absolutamente. Preferiria ser um daqueles americanos-de-viseira-em-dia-nublado, batendo no vidro do aquario, bem embaixo de uma placa que pede o favor de nao se bater no vidro, do que ser essa versao descabida de gente em outro paìs. Eu sou gente de outro paìs. Pronto. Turista nao. Mas enfim, o que somos, pra onde vamos, de onde viemos e, sobretudo, o que fazemos aqui?
Em outra nota, deveria dizer que o turismo aqui em Genova tem a caracteristica de ser acidental ou, assim me parece. Nao consigo imaginar o roteiro turistico contendo: dia tal, hora tal - Tarde em Genova, degustando o verdadeiro pesto. Noite - empanturrados de pesto e focaccia, partida para qualquer localidade. Mas vale a pena. O pesto, a focaccia, o Porto Antico, que eu adoro, de onde teclo nesse exato minuto e todo o charme milenar da cidade. Eu adoro velharia. Deveria abrir um antiquàrio. Isso é, se conseguisse desfocar do meu lindo umbiguinho e começasse a olhar em volta. Mas é dificil, é imensamente dificil. Esperemos que a Cabala tenha o efeito esperado e possa me ajudar a resolver todos os meus problemas. Ou entao, procuro o Walter Mercado.
Agora deveria falar sobre o turismo acidental. Nao faz sentido, absolutamente. Preferiria ser um daqueles americanos-de-viseira-em-dia-nublado, batendo no vidro do aquario, bem embaixo de uma placa que pede o favor de nao se bater no vidro, do que ser essa versao descabida de gente em outro paìs. Eu sou gente de outro paìs. Pronto. Turista nao. Mas enfim, o que somos, pra onde vamos, de onde viemos e, sobretudo, o que fazemos aqui?
Em outra nota, deveria dizer que o turismo aqui em Genova tem a caracteristica de ser acidental ou, assim me parece. Nao consigo imaginar o roteiro turistico contendo: dia tal, hora tal - Tarde em Genova, degustando o verdadeiro pesto. Noite - empanturrados de pesto e focaccia, partida para qualquer localidade. Mas vale a pena. O pesto, a focaccia, o Porto Antico, que eu adoro, de onde teclo nesse exato minuto e todo o charme milenar da cidade. Eu adoro velharia. Deveria abrir um antiquàrio. Isso é, se conseguisse desfocar do meu lindo umbiguinho e começasse a olhar em volta. Mas é dificil, é imensamente dificil. Esperemos que a Cabala tenha o efeito esperado e possa me ajudar a resolver todos os meus problemas. Ou entao, procuro o Walter Mercado.
"There's an old joke. Two elderly women are at a Catskills mountain resort, and one of 'em says: 'Boy, the food at this place is really terrible.' The other one says, 'Yeah, I know, and such small portions.' Well, that's essentially how I feel about life. Full of loneliness and misery and suffering and unhappiness, and it's all over much too quickly."
A point of view from Annie Hall.
To read more, click here.
A point of view from Annie Hall.
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Friday, September 24, 2004
Mais que nada
N. da E.: infelizmente sem acentos... cyber café italiano...
Antes me consolava pensando que nada sabia. Oras bolas, nao saber qualquer coisa era apenas uma pequena parte momentanea do meu nao-saber, doença jà conhecida, tipo aquela enxaqueca que vem de vez em quando, a gente nem liga muito, toma-se uma Neosaldina e pronto. Agora, infelizmente, quanto mais eu reparo menos eu sei. Estou falando de menos que nada. Ou mais que nada. Sei là. Como aqueles cientistas que a cada ano descobrem que o universo é maior do que eles imaginavam. O nada também. Cada ano que passa, como um big bang ao contrario, coisas que outrora faziam sentido simplesmente se desvirtuam, e meu nada cresce exponencialmente.
Quando releio livros, posts, cartas, certas vezes, é como se eu nunca os tivesse lido antes, e me assusto: a memòria é o buraco negro do meu universo nulo. E eu nem sempre me reconheço ou reencontro as impressoes de antes.
E, apesar de tudo isso, é a primeira vez na minha vida que estou feliz com o tamanho da minha bunda.
Deveras, it doesn't make any sense after all.
Antes me consolava pensando que nada sabia. Oras bolas, nao saber qualquer coisa era apenas uma pequena parte momentanea do meu nao-saber, doença jà conhecida, tipo aquela enxaqueca que vem de vez em quando, a gente nem liga muito, toma-se uma Neosaldina e pronto. Agora, infelizmente, quanto mais eu reparo menos eu sei. Estou falando de menos que nada. Ou mais que nada. Sei là. Como aqueles cientistas que a cada ano descobrem que o universo é maior do que eles imaginavam. O nada também. Cada ano que passa, como um big bang ao contrario, coisas que outrora faziam sentido simplesmente se desvirtuam, e meu nada cresce exponencialmente.
Quando releio livros, posts, cartas, certas vezes, é como se eu nunca os tivesse lido antes, e me assusto: a memòria é o buraco negro do meu universo nulo. E eu nem sempre me reconheço ou reencontro as impressoes de antes.
E, apesar de tudo isso, é a primeira vez na minha vida que estou feliz com o tamanho da minha bunda.
Deveras, it doesn't make any sense after all.
Monday, September 06, 2004
Sunday, August 08, 2004
"Parou por quê?" dizia a analista quando eu fazia longas pausas no meio do que estava dizendo. Era como se ela me lembrasse de que cada minuto ali contava - no sentido financeiro também. Eu estava pagando pra ficar em silêncio. E pra fazer digressões que na maioria das vezes não faziam sentido algum. É, fazer análise é assim. Sempre me perguntam como é que é, o que ela fala pra você, ela fica perguntando etc. Pois então, ela pergunta sim, com um certo descaso, "parou por quê?". O que ela queria dizer, mais do que 'seu tempo está acabando' (que não deixa de ser uma verdade metafísica), era que a história superficial perdia o sentido, perdia o interesse, em virtude de alguma outra coisa. Essa outra coisa vinha guardada em silêncio e doce contemplação. Era muito valiosa, mais até que os custosos minutos freudianos. E essa coisa que vinha interromper a análise, era de fato a matéria da análise, era o quê se queria encontrar lá fundo de cada historinha corriqueira. Mas então, parei porque o que apareceu é tão importante pra mim, tão precioso, que danem-se os minutos pagos...
Parou por quê?
Porque tá mais legal a vida real do que escrever blog.
Parou por quê?
Porque tá mais legal a vida real do que escrever blog.
Thursday, July 29, 2004
49. Revolution
Lake over Fire.
You must destroy all your bad ideas.
Seek change, as the traditional way is no longer suitable.
You must undergo a radical transformation in order to find your road to success.
E, se o I-Ching está dizendo, quem sou eu pra ir contra?!
You must destroy all your bad ideas.
Seek change, as the traditional way is no longer suitable.
You must undergo a radical transformation in order to find your road to success.
E, se o I-Ching está dizendo, quem sou eu pra ir contra?!
Monday, July 19, 2004
- Look, if I die, Al, tell Ellie I'm sorry I said all those things to her. I said terrible things to her. I called her all kinds of names. Probably because I never stopped loving her.
- You're not dying.
- Well, if I don't die, tell her she's a tramp, and she's living with a guy the best you could say about him is sometimes he returns phone calls.
Romance, hypochondria and redemption from "Hollywood ending", by Woody Allen.
- You're not dying.
- Well, if I don't die, tell her she's a tramp, and she's living with a guy the best you could say about him is sometimes he returns phone calls.
Romance, hypochondria and redemption from "Hollywood ending", by Woody Allen.
Thursday, July 15, 2004
Once in a lifetime - Talking Heads
And you may find yourself living in a shotgun shack
And you may find yourself in another part of the world
And you may find yourself behind the wheel of a large automobile
And you may find yourself in a beautiful house, with a beautiful wife
And you may ask yourself - Well...How did I get here?
Letting the days go by/let the water hold me down
Letting the days go by/water flowing underground
Into the blue again/after the money's gone
Once in a lifetime/water flowing underground.
(...)
And you may ask yourself
What is that beautiful house?
And you may ask yourself
Where does that highway go to?
And you may ask yourself
Am I right?...Am I wrong?
And you may say to yourself
MY GOD!...WHAT HAVE I DONE?
(...)
Same as it ever was...Same as it ever was...Same as it ever was...
Same as it ever was...Same as it ever was...Same as it ever was...
Same as it ever was...Same as it ever was...
And you may find yourself living in a shotgun shack
And you may find yourself in another part of the world
And you may find yourself behind the wheel of a large automobile
And you may find yourself in a beautiful house, with a beautiful wife
And you may ask yourself - Well...How did I get here?
Letting the days go by/let the water hold me down
Letting the days go by/water flowing underground
Into the blue again/after the money's gone
Once in a lifetime/water flowing underground.
(...)
And you may ask yourself
What is that beautiful house?
And you may ask yourself
Where does that highway go to?
And you may ask yourself
Am I right?...Am I wrong?
And you may say to yourself
MY GOD!...WHAT HAVE I DONE?
(...)
Same as it ever was...Same as it ever was...Same as it ever was...
Same as it ever was...Same as it ever was...Same as it ever was...
Same as it ever was...Same as it ever was...
Monday, July 05, 2004
"... depois foi encostar-se a uma das duas janelas que davam para o mar. Cinco minutos depois, a vista das águas próximas e das montanhas ao longe restituía-lhe o sentimento confuso, vago, inquieto que lhe doía e fazia bem, alguma coisa que deve sentir a planta, quando abotoa a primeira flor."
Machado de Assis, no conto Uns braços.
Ah, eu adoro as sutilezas machadianas...
Machado de Assis, no conto Uns braços.
Ah, eu adoro as sutilezas machadianas...
Thursday, June 24, 2004
Thursday, June 17, 2004
Flatliner
Ontem, durante uma reunião, eu juro que entrei num estado de coma leve. Quase tive morte cerebral. Mas, graças ao movimento do meu maxilar mastigando um chiclete, um mínimo de células cerebrais se mantinham ativas e não houve sequelas. Quer dizer, eu acho que não.
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