Thursday, June 23, 2011

Supercordas, um argentino e 2 sacolas de supermercado.

Se tem uma coisa na qual eu acredito é a teoria das supercordas. Eu tô lá, anos atrás me vendo sozinha na Barnes&Noble comprando livros que eu nem tinha muita vontade de ler e que ainda custaram caro pra depois mandar de volta pro Brasil em caixas com o resto dos meus badulaques que ficou perdido em algum canto entre a casa do meu pai e do meu irmão. Eu tô lá nesse exato momento, experimentando um rímel novo no Walgreens, passando no drive-thru do KFC, dirigindo meu Neon vermelho e podrão comprado de um argentino que mentiu nos documentos o ano de fabricação do carro. Tô lá, saindo do supermercado com nada de realmente saudável nas sacolas, tipo pasta de amendoim, ginger ale diet, uns cereais matinais com pedacinhos de marshmellow, uma coisa deliciosa que chamava Triscuit e muito cream cheese. Tô ali minding my own business, quando me vejo aqui, anos depois, mas no mesmo instante, saindo do supermercado, com 2 sacolas cheias de leite e fraldas e biscoitinhos e nutella e umas coisas saudáveis e sprite diet. Eu olho pra mim do outro lado da corda do meu tempo passando: o que é a realidade? Eu sou um fantasma agora, vindo lá do passado mas ao mesmo tempo já tinha assombrado a mim mesma, vindo do futuro, com sacolas num braço e filhos no outro e cabelo desgrenhado e os quilos a mais (inevitáveis?).
Às vezes juro que tenho medo de acordar do lado de lá como num filme em que o personagem central tem a chance de ver como seria a vida dele se tivesse mudado alguns detalhes aqui e ali. Mas de repente percebo que eu estou aqui e ali, simultaneamente do lado de cá e de lá. O problema é que tem vezes que não me reconheço e me deixo passar despercebida nesse choque de realidades paralelas. Eu não me vejo, eu vejo outra que não sei mais quem era ou então nunca mais saberei. Quem será que sou eu?

Tea for two

E finalmente acabou o dia. E eu não escovei o dente, nem o cabelo. Eu esqueci. E não fiz nada de produtivo... o que provavelmente não é verdade mas eu me sinto assim. Passei o dia inteiro tirando alternadamente as tetas pra fora, massageando-as pra sentir se tinha leite, preocupando-me porque eu achava que não tinha leite, e o bichinho mamando mesmo assim e dando uns apertões no meu seio, habilidade que ele acabou de assimilar, com as mãozinhas em punho. E eu nem jantei. Eu fiz o jantar, eu dei o jantar, eu dei 2 banhinhos, eu pus dois pijamas eu troquei umas mil e quinhentas fraldas... e aproveito pra dizer que o que eu produzi hoje foi uma lata de lixo enorme e cheia e fedida, no banheiro. Aliás, foram meus filhos que produziram o recheio das fraldas. E, se no fim do dia, a gente sente que só tem essa latona de lixo pra mostrar, vem aquele suspirinho curto meio entalado na garganta que nos faz pensar com tristeza que o dia finalmente acabou. Um dia cheio e vazio ao mesmo tempo, igual a outros quase mil dias que já passaram e quem sabe quantos mais iguaizinhos virão pela frente. E eu nem me vejo mais. Eu vejo a rotina engolindo tudo. 

Friday, April 16, 2010

If you'll be my body guard I can be your long lost pal...

Ei, eu lembro de você mas é provável que você não se lembre de mim... eu acho que eu te conhecia porque você estava na classe da irmã mais velha da Camila... ou será que era do irmão da Vivian? (mentira eu sei muito bem que eu não o conhecia, quer dizer, que nunca tínhamos sido apresentados... eu era a adolescente gordinha e ele era um dos gatinhos mais velhos do colegial...) Putz, peraí, você era da classe do Angelo?? hahah é provável, minha memória hoje em dia dá tilt e é muito challenged quando quero ficar recordando os idos de 15 anos atrás...Nossa o Angelo naquela época era o amor da minha vida... ele tinha uma outra namorada com a qual brigava e voltava... ele sempre aparecia de surpresa em casa dizendo umas coisas muito ridiculas... quer dizer não, que injustiça! por que fazemos isso com nós mesmos, né? Naquela época aquelas coisas que ele dizia eram perfeitas, eram tudo o que eu queria ouvir... hoje talvez lembrando ( e lembrando meio mal de tudo aquilo) pareçam meio sacadas...

Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

-Scusaaaaaaaa, quando superi, cara (ironico) fai attenzione...mi sono sentita lo specchietto adosso!
-Scusa, non ho visto... eu não vi, cara (irônico)...

Poxa, eu estava conversando com uma pessoa que nunca foi meu amigo, que eu nao vejo à mil anos, no meu carro, na minha cabeça, (e porque cargas d'água a minha cabeça quis conversar com aquele carinha que não significou muito pra mim, eu não sei...), contando coisas que eu preciso fazer uma força tremenda pra lembrar... me deixa em paz, pô... mudo de rádio. O nome daquela estação era Nostalgia.

Tuesday, March 09, 2010

Danke.

Lembra daquela vez em que eu vi o filho da minha psicóloga e flertei com ele na frente dela? Eu tenho certeza que Freud teria uma explicaçao ótima pra isso - e mesmo sem conhecê-la, eu a aceito. E hoje, masturbando-me mentalmente e visualmente através do facebook (onde obviamente eu encontrei ele e não ela - a analista - através de um amigo comum, eu juro de pés juntos) eu sei que tudo isso é simplesmente saudades dela. Ai que saudades do silêncio freudiano dela. De todas as coisas que eu queria que ela dissesse e ela não dizia de propósito. Saudades da limpadinha de garganta que ela dava e... não dizia nada. Saudades mesmo de tudo que eu sabia (supunha?) que ela estava pensando, analisando e não revelando... Saudades dela dizendo "estamos fazendo progresso" com um sorriso que era debochado e desafiador ao mesmo tempo. Saudades de quando eu entrava chorando e soluçando e graças a deus ninguém passava a mão na minha cabeça. Ela me deixava chorar e depois dizia "eu estou escutando". Era óbvio que estava escutando. A gente escuta sempre, é um ato involuntário. Mas ela fazia questão de dizer que estava me escutando. Porque assim, eu também me escutava. E estranhamente, escutar-se não é involuntário.

Friday, February 19, 2010

Quilos a mais.

Eram todos meios rechonchudos naquele escritório. Todo mundo comia mal, rápido demais, porcaria demais, lanchinhos demais, simplesmente demais. Ninguém fazia exercício. Afinal quem tem tempo ou saco? Mas pra ela foi a última vez que o jeans não fechou depois do almoço.

Fez um regime férreo, perdeu 17 quilos. Não do dia pra noite, mas quase. Claro, sem exercícios e com um comprimidinho basico. Todos os jeans estavam largos. Todas as roupas, as saias e até as calcinhas.

Comprou tudo novo. Sapatos de salto alto que faziam barulho no assoalho de casa. Duas vezes por semana se concedia encher a cara com as amigas, mas no dia seguinte jejum. Um dia, depois da bebedeira entrou em casa, tic toc tic toc tic toc, caiu na cama, procurou a bunda quentinha do namorado e constatou infeliz que nem ela (aquela bunda) lhe dava a satisfação que procurava. Trocou o armário e o namorado. Não assim tão de repente, mas ao longo desse seu processo de mudanças radicais.

Ah, e trocou de emprego também. Magra, se sentia mais confiante, mandou o ex-chefe se fuder, saiu batendo a porta e conseguiu um emprego melhor, quer dizer, com o salário melhor e com um pouco menos de colegas obesos.

A noite em casa ouvia somente o barulho dos seus próprios sapatos, inclusive fazia questão daqueles tamanquinhos com salto. Pra se sentir menos só, ligava a televisão e se recusava terminantemente a comer. Subia na esteira e mandava brasa.

De Natal, naquele ano, se deu de presente uma tatuagem. Como era? Muito, muito, muito clichê. Tão clichê que não quero desperdiçar uma frase pra descrevê-la. Aliás, tudo muito clichê, falta apenas uma cirurgia plástica pra corrigir o nariz ou orelhas de abano. Mas, no final, resta observar que as pessoas em geral subestimam muito o conforto do clichê.

Ela gostou da tatuagem, do guarda-roupa e do emprego novos, vivia praquela sua imagem magra, frágil, cinturinha, quase sem bunda, e estava feliz assim mesmo.

E a história acaba aqui porque clichê é como o Golf, só é divertido pra quem está jogando, não pra ficar assistindo.

Saturday, February 13, 2010

Reality check: uma década de blogs.

Ver gente que bloga a essa altura me dá um tédio.

(Eu sei que estou blogando, but indulge me a little digression, please.)

Sei lá, o blog é uma das coisas mais anacrônicas do mundo... como pessoas que ficaram presas no Woodstock pra sempre, hippões decadentes, que acham que o sonho ainda não morreu, que acham que rolar na lama deveria ser aceito socialmente... O sonho morreu, minha gente. Porque os blogs viraram a coisa mais democrática possível. E ficaram cada vez mais fáceis de criar, de postar, de postar imagem, vídeo, música... e aí a quantidade de lixo cybercósmico foi crescendo em progressão geométrica (que, inclusive, outro dia em um blog estava escrito PG e fiquei revoltada... tipo assim, na boa, digita todas as letras, vai....você já tá aí na frente do teclado, faz esse esforço a mais por esse seu cazzo de blog).

E por isso eu parei, eu me retirei do circuito. Eu até me inscrevi no twitter. E odiei. Quer dizer, por 2 segundos foi legal. Depois cansei de ler sobre a vida alheia, sabe. Tem coisas que a gente não quer saber de você, neguinho. Não quero saber se você brigou com a namorada, se você está feliz ou triste, se vai passar o carnaval sei lá onde com sei lá quem. (E acreditem em mim, eu adoro fofoca, mas isso simplesmente é lixo por escrito, na boa, bota num diário e guarda só pra você).

No ínicio, 7, 8 anos atrás, os blogs tinham que ser relevantes. O blogueiro queria oferecer um serviço público, uma alternativa a outros sites, uma pausa, uma dica, uma opinião... e tinham muito menos pessoas lendo, menos visitantes, menos googleisms pra drive audience, definitivamente menos dólares por google ads.... a gente encontrava um blog saltando de um pro outro, e quando encontrava alguém ou alguma coisa relevante, boom!, era ouro. A gente escrevia um comentário verdadeiro, sincero, não só pra poder enfiar o link do nosso blog ali e conseguir mais visitantes... O blog não era um diário no sentido de um super fluxo de vômitos do dia-a-dia, o blog era um ensaio importante sobre coisas de interesse de nichos de mercado. Tinha gente que escrevia de música ou de tecnologia ou de literatura... tinha gente que escrevia sobre a vida e coisas mais subjetivas, mas era gente que escrevia com vontade de analisar e encontrar uma relevância naquilo tudo pra si mesmo e pra conquistar um leitor, unzinho que fosse já tava bom. Ninguém escrevia por escrever (ou melhor, tinham muito menos pessoas que o faziam). A escritura em si era importante, o estilo, a narrativa, a realidade, uma certa preocupação com essa relevância do universal que a web proporciona. Cada um num país e numa situação diferente podendo entrar em contato e discutir diferenças ou comentar semelhanças ou simplesmente contar um pro outro coisas que o outro gostaria de saber. (Eu acho que tinha um código de ética silencioso entre todos os blogueiros de não abusar da paciência do leitor.)

Engraçado que alguns blogs depois viraram livros. E na época achei ridículo. Mas agora, looking back, no fundo fazia sentido porque alguém teve vontade de separar o joio do trigo, por assim dizer. E aqueles blogs, a maioria deles, acabaram. Porque no mundo onde todo mundo tem um blog, aqueles blogs perdiam seu valor, sua importância e sua raison d'etre.

O meu blog nunca virou livro. Mas eu juro que sempre tentei ser relevante, porque se me sentava aqui na frente do blogger é porque queria fazer um esforço mínimo e quando clicasse finalmente no "publish post" aqui embaixo sentisse uma satisfação de ter escrito um texto bacana, com cuidados, com sutilezas, com talvez um estilo que era só meu. Alguns gostavam, eu gostava. A verdade é que nós sempre escrevemos pra nós mesmos em alguma porcentagem, mas tem gente que faz um esforço a mais pra balancear a equaçao com o leitor (aquele unzinho mesmo que ainda lê a gente, e em tempo, obrigada).

Mas hoje eu li um post em um blog de uma amiga que nem sabia que ela blogava ainda e me deu uma sensação tão boa de que foda-se tudo e todos os blogs ruins. O blog dela é legal, me deu saudades dela pra caramba e me deu vontade de contar histórias pra ela e de ouvir as histórias dela. E tem blogs bem legais por aí ainda. E tem gente que se importa ainda em escrever com esforço e merece ser lida.

E falo principalmente pelos outros, porque eu quase não escrevo mais, mas entre uma mamadeira e uma fralda suja, quando sento na frente do computador, posso ainda ler alguma coisa muito engraçada, interessante e relevante que outros blogueiros estão postando por aí.

É difícil voltar a blogar.

Tuesday, February 09, 2010

Mundos paralelos, indivíduos adjacentes.

Imaginemos por um segundo que hoje é cinco anos atrás. Sim. (Respiração profunda de olhos fechados e puft, estamos de volta ao ano de 2005).

é muito mais fácil blogar assim.

Cinco anos atrás esse hoje (hoje mesmo) era impensável, distante, a gente pensava naqueles com mais de trinta, aqueles velhos. E ninguém pensava no que seria daquelas amizades, daquelas vidas, daqueles indivíduos. Ninguém pensa é claro, amizades duram pra sempre, amigo é a coisa mais fiel do mundo, depois é claro de pastor alemão da polícia militar. Ninguém saberia que o divisor de águas entre Clara, Sofia e Dora seria o casamento da última. Foi um golpe terrível, muito mais que uma amizade possa suportar. Talvez o pastor alemão tivesse resistido, são afinal de contas cães muito muito pacientes.

E foi um ano inteiro só praquele fatídico evento, era como se a amizade, na opinião de Sofia, tivesse sentido só na hora de estar ali no altar em pé como madrinha, com o cabelo e a maquiagem feitas e um vestido não necessariamente do seu gosto mas que enfim era o que combinava com a decoração geral. Sofia suspirou aliviada quando o padre proclamou marido e mulher a amiga e Heitor, proeminente homem de negocios, com uma ex-mulher e um filho do primeiro casamento além é claro da conta conjunta no banco e cartões de crédito e todos os fringe benefits que faziam dele a vitima perfeita pra Dora. Um ano que passou lento entre escolha de toalhas de mesa, lista de presentes, lua-de-mel, buffet e todos os pequenos detalhes que fazem dos casamentos o inferno de quem está irremediavelmente ao redor dos que casam.

Clara ao contrário achava tudo simplesmente ridiculo. Teatrinho cheio de detalhes cafonas. O sorvete estava derretido, ainda por cima, e a sobremesa, que na opinião de Gordon Ramsay pode salvar um evento, não foi bem sucedida. Clara chamou um taxi, quando entrou e disse o destino, ponderou que já tinha feito o seu dever honoravelmente. Chega, pensou. Nem o sorvete salvou.

Dora parecia feliz. Entre e Clara e Sofia, existia ao menos esse consenso. Ela está feliz, nós fizemos o nosso dever, mas nem vai rolar... eu não vou conseguir ir jantar fora com eles e viver aquela rotininha de casais amigos que se frequentam. Eu não quero frequentar ninguém.

Como é estranho o modo que as amizades se desenvolvem. Como pessoas entram e saem da história. Como a história mesmo pára em um dado momento e tudo parece flutuar numa inércia indefinida. Mas daí, snap. Allez, allez. Dora se casou e tem até um enteado. As águas se dividiram e a história recomeçou.

Monday, February 01, 2010

 
 You can twist and turn...although they look different, your problems are just the same.




















Um a mais, um a menos... desdenhava de si mesma e sabia que tudo o que havia conquistado era somente porque sentira sempre a necessidade de provar ao outros do que era capaz.




















This was the exact moment she realized what she thought was new, actually was old. But she kept on going hoping no one would notice...
 
 Tudo tinha se transformado: as jóias eram todas verdadeiras e as flores também. Mas os sorrisos, não.

subtitles

as she typed each letter of her new post for her blog, she felt so so so new jersey 90's. It's so past, so out. But yet, she clicked and published.

And the ipod shuffled out some Morrissey as soundtrack to this weird outburst.

Friday, July 03, 2009

Ceci n'est pas un blog.

I am so tired of blogging. But I am more tired of the rest of my life now. And maybe that's why I do not post anymore. But on the other hand maybe that's why I should be posting and writing more and more.

But I don't. I'm tired, worn out. My hair is a mess. I don't remember when I washed it last time. I don't know if I have to shave (just checked: I have to), I don't wear make up anymore and have no time for changing my earrings or purse to match my shoes, (it's really hard finding anything that matches my everlasting crocs).

I crossed over to the other side of my life, the one in which I am not as important as baby. Baby reigns. Baby has her own bag that is 3 times mine and weighs a ton. Baby takes up all the space in the trunk of the car and baby is only a few months old. Baby needs a lot of time to get ready and so mommy ends up getting out of the house wearing anything, looking like anything. I mean, looking like nothing but someone's mom.

It's work it's hard work. I try and explain it to my husband. Why am I so tired, why, she's adorable, she smiles all the time (except when she's crying), she eats and play and sleeps (except when she has colic, she needs attention, she does not want to eat, she spits apple on my face, she vomits in my sleeves....).

Don't get me wrong. I love all that. Except when I am so tired and have still some bottles to wash, mini clothes to laundry... and when I am desperate for some time for myself. I love it. But I am tired.

Saturday, March 21, 2009

bloggy-boring

Why would I come back here? After all this time, all the silence, which in essence means nothing new or worth saying... no actually, here for me is the parallel universe where I contribute my share of nothingness, of unreality, of crazyness... there was a time when I had both time and much more of nothing to write about here. Now, in the last few years real things have been happening making my contributions fewer and less bloggy-funny or bloggy-rebel or bloggy-diary.

Let's face it, this is not about real life at all. It's about what we want others to capture from us.

But this is my black board, my empty white page... and what I got today is plain real life, pretty real stuff, that's actually not pretty at all. You know, sometimes you can't be all bloggy-witty with facts of life. You can't open it all out for discussion and hope to get consolation from the comments.

No you can't. And neither can the second life overtake your first one. And so you are forced to land from your virtual trip into this earth here where there's plenty of bad things and past to be faced up with. Past that cannot be changed. Past that echoes into the rest of your life forever. Unlike the page or black board, cannot be erased either.

Live with it. You gotta do what you gotta do. But sometimes living is not that easy. Living, moving on, getting over, getting a grip... but where to begin from? Hard to make sense in such a mess. Hard to pick yourself up and dust off and move on.

And to all of you who could be in this moment actually reading this (oh god I doubt it very much...) I am perfectly aware that this post sucks. Stinks bad. I know. It's intentional. Because life sucks even worse right now.

I am not a teenager in anger because my old folks took away my playstation, I am fucking 32. Besides being old and boring I am also very sad right now.

Hey but if you got this far on this post, keep reading. My blogging past was so much fun. And maybe even come back in few months. If I manage to get a good pill, I'll let you all know.

Wednesday, December 17, 2008

anestesia e você, tudo a ver.

Os defeitos e efeitos e da epidural são super interessantes. Eu adoro aula. Adoro alguém lá frente falando pra mim, explicando alguma coisa, assim, apaixonadamente, tipo a anestesia, gente, a existência da anestesia me faz amar mais o mundo em que vivo. Ô coisa civilizada. Tipo assim, eles - os anestesistas xamânicos, os novos pajés, os escolhidos pra lidar e dosar a dor alheia e a droga institucionalizada. Não, eu não estou sendo irônica não. Eu acho que o direito a anestesia deveria ser incluído no manifesto dos direitos humanos. Anestesia pra todos os povos, pra pobres e ricos, pra qualquer raça e religião - quer dizer, devem ter religiões que não permitem, mas se Deus não quisesse que homem usasse a anestesia não ia ter nos dado a capacidade de inventá-la.

Ok. Efeitos colaterais, nada que é isso. A epidural, essa amiga silenciosa da mulher parturiente, é perfeita, ela vai lá nas fibras longas, ou seja músculos, ela parte da 3a vértebra e portanto e nao pega uma tal de massa branca e vai só pra baixo, pra baixo da cintura, ou seja a parte interessada. E não tudo abaixo da cintura, não, eles, os anestesistas conseguem dosá-la de um modo que as pernas não perdem o movimento!

Fiquei maravilhada com o produto. Os anestesistas não são só bons na droga, não, eles são bons pra cacete na venda também, eles todos poderiam trabalhar no shoptour.

Mas, porém, não obstante todo o mundo maravilhoso do parto sem dor, ei-la que surge, a palavra maldita: catéter. Catéter. Não precisa saber o que é. Você já desconfia que é aflitivo. Mas eu sei o que é e isso me deixa mais ainda preocupada e enojada e aflita. Catéter. Na coluna. Passando por cima do ombro. Com um filtrinho pra dar mais ou menos anestesia. Catéter pendurado, ligando a minha coluna vertebral ao mundo através de um canudinho.

Peraí, meu povo, para tudo. Quanto tempo? Ah, tranquilo, uma ou duas horas depois do parto a gente tira. Hãããããã?! Duas horas DEPOIS do parto? Se for normal. No caso da cesariana fica lá umas 12 horas. (Aqui, nesse momento, eu posso dizer que tive um pequeno desmaio de 5 segundos, mas imediatamente meu cérebro aflito mandou um monte de hormônios pra me acordarem porque julgava que não estávamos seguros e que eu precisava estar acordada pra me defender daquela gente "super-civilizada".)
Quando recobrei a consciência a mulher-pajé-líder-pusher estava dizendo quote"e "daí a enfermeira vem remove o esparadrapo e puxa o tubinho do catéter pra fora, rapidinho".

Sei lá, comecei a visualizar outras possibilidades pra mim. Tipo a possibilidade de agüentar a dor do parto, porque eu sei que não agüentaria a aflição do catéter. Iam ter que me hipnotizar pra por o tal negócio nas minhas costas e ia ter que tomar uma anestesia geral pra deixar a enfermeira tirar o tubinho num movimento rapidinho... Eu sei lá. Eu me convenci de vez de tentar o parto tal e qual Deus sempre quis, aquele em que a mulher grita, empurra, agarra o braço do marido, manda ele fazer alguma coisa, manda ele praquele país e bota a culpa toda nele e naquele espermatozóide de merda, a contribuição mais microscópica e ridícula e injusta da história da humanidade. Eu entro com 15 kilos, 9 meses, pés inchados, bexiga solta, teta caída, estrias, mamilos rachados e você entra com o orgasmo e uma nanopartícula.

Peraí, vamos manter a calma. Agora não tem mais volta e a solução não é elocubrar...

Eu assinei o termo de ciência do lance da anestesia. Mas sabe gente, de todas as coisas que eu descrevi acima, das agruras da gravidez, eu acho que o pior mesmo seria o tal do catéter. Sorry indíviduos dourados da anestesia moderna, mas porra,se vocês fossem bons mesmos, vocês já teriam inventado um sistema menos primitivo que o catéter.

Friday, October 03, 2008

Novos classicos da literatura...

‘Next Life’
by Woody Allen

In my next life I want to live my life backwards. You start out dead and get that out of the way.
Then you wake up in an old people’s home feeling better every day. You get kicked out for being too healthy, go collect your pension, and then when you start work, you get a gold watch and a party on your first day.

You work for 40 years until you’re young enough to enjoy your retirement. You party, drink alcohol, and are generally promiscuous, and then you are ready for high school. You then go to primary school, you become a kid, and you play. You have no responsibilities; you become a baby until you are born.

And then you spend your last 9 months floating in luxurious spa like conditions with central heating and room service on tap, larger quarters every day and then Voila! You finish off as an orgasm!

I rest my case.

Friday, September 26, 2008

clima (des)temperado.

Europeu adora esnobar o seu clima com quatro estações definidas. Eles adoram dizer que é lindo poder curtir a primavera e o outono que são meias estações, que o povo sul-americano nem conhece nem sabe o que é. Tipo, no Brasil, pra eles, só faz calor o ano todo e eles não gostam, ai, é calor demais. Mas sabe, infelizmente pra brasileiro o clima da Europa é uma merda. No fundo, gente, clima é uma questão de temperatura, ou seja, duas opções claras: quente ou frio. E, olha, se vocês querem saber a verdade, o calor é um conceito complicado por aqui (e.g.: ingleses stripping down on Hyde Park quando fazem 20 graus) e a partir do dia 21 de setembro, não se enganem não, outono o caralho, aqui faz frio.

Ah, na primavera? Também faz frio. Faz frio até meados de junho. As vezes ate julho. Dai começa o calor - que já explicamos que calor aqui quer dizer qualquer temperatura acima de 18 graus - gente besta. Na minha modesta opinião, só em agosto faz calor mesmo.

Ou seja, europeu, quem quer você seja, pode desarrebitar esse nariz, quatro estações? Onde? Pelo menos uma falta: Verão.

Thursday, September 11, 2008

pesce scatola.

Mi dicono che forse ho preso troppo peso troppo rapido. Ma non mi sento ne grassa ne cosi' enorme... infatti quando mi vedo riflessa in un vetro o specchio mi sento bella... mi sento gonfiare pian piano, ma so che e' perche' sono ripiena del mio maggior desiderio che sta per avverarsi.

Thursday, July 17, 2008

Kitchen time machine.

I sit down in the kitchen with my breakfast, everyday, and I talk to the trees outside the window, to the green mountains in the back, to the wind, about all the things I remember from my childhood. How naughty I was. All the times I lied to my parents or did wrong things knowing they were wrong... I must have been a horrible daughter, at times. I was a weird child. And grew up into a weirder teenager. And then by magic I became a decent adult. I think (maybe that's how it's supposed to be). I remember clearly my mother telling me I would someday pay my dues when I would have had kids of my own.

But then I come across some other memories... opening my lunch box and finding always something different, some surprise, sometimes there would be a twinkie - do they have twinkies here in Italy? Everyday a different fruit juice... but the most delicious thing, that sort of imprinted the taste of my childhood and was a lunch box classic, was this sandwich of thinly sliced bread, a veil of mayonnaise on either side and ham, sometimes also cheese. I tried to make myself one repeatedly but that taste somehow is never there. And I talk about and remember all these things because I'm gonna have to tell you all about it. And there are so many memories I am collecting for you...because you'll have to savour your childhood well for some flavors and smells, and sometimes some people too, remain in the past.

And in just a little time I won't be talking to myself in the kitchen anymore.

Friday, May 23, 2008

inside out

Why is it that when you finally get something you always wanted it feels so ... messed up. Weird. In a way, even wrong... I feel like my body is doing everything by itself. It's all involuntary right now. You burp, you fart, you wake up at night and your eyelids shut during the day when you are supposed to be working. The body is totaly taking over. And the thing I like the most which is eating, is the hardest to do right now. It's all comando.

I remember a ride on a theme park when I was maybe 10 years old, it was like a visit of a woman's body... I know it sounds like anything but a ride, but I swear that's what it was. So you start the visit up her legs, I think, and then you could see the human body from the inside. Funny enough, that's how I feel, like as if there were creatures visiting my insides, and the problem is they can see me and I can't see them. Or control anything.

Monday, May 12, 2008

Reality check - italian edition: Sicko My Ass.

O Michael Moore escolheu muito bem os casos reais e as pessoas que apareceram como testemunhas no seu ultimo filme Sicko. Queria que ele tivesse vindo aqui em Genova, e quem sabe gravado a minha manha na espera do hospital. Claro, eu só perdi 2 horas, primeiro esperando numa fila com 50 pessoas na frente. Quando estava pra chegar o meu numero, uma senhora do hospital apareceu perguntando quem não tinha pagado ainda o "ticket" - que seria como um valor simbólico pra você ser atendido ou fazer exames (simbólico pero no mucho, vai de 12 a 30 euros...). Eu aproveitei a deixa da senhora e como não tinha pagado ainda (nunca pagar antes de saber o que você tem que fazer) e resolvi pedir informação sobre o que eu tinha que fazer. Obviamente, toda a meia hora que eu tinha esperado tinha sido jogada no lixo, porque logo essa mulher foi me falando que eu tinha que ir direto na ginecologia que e' no segundo andar - elevador da direita - e esperar la. Ok, o elevador da direita não estava querendo colaborar, pra não perder mais outros minutos preciosos, eu subi de escada. Do primeiro andar pra cima, tinham sinais que diziam "psiquiatria, 6 andar sempre por essa escadaria" (prestem atenção pois isso sera importante mais pra frente da historia).

Segundo andar, um monte de mulheres gravidas se abanando (toda gravida se abana e quase sempre e' com a ecografia ou outros exames do filho que vai nascer). Estou no lugar certo? Não sei. Não tem ninguém pra pedir informação. As gravidas barrigudas são simpáticas e me dizem que estão na fila pra saber o que fazer. Otimo, pergunto quem e' a ultima e me posiciono. Quando chega a minha vez e' obviamente a enfermeira mais antipática que vem me atender. E obviamente de novo os 10 minutos que esperei ali foram jogados no lixo pois ela me diz que devo esperar na porta ao lado. Sei, sei, vocês estão se perguntando "mas esperar por que e por quem?" e estão pensando que eu conto historias muito mal porque estou deixando o leitor a cada frase mais confuso. Não, minha gente, eu posso ate não ser a melhor contadora de historias do mundo, mas eu estou tentando fazer o relato o mais realisticamente possível e era assim mesmo que o povo me dizia, olhava o pedido do medico que eu tinha em mãos e me mandava pra outro andar, pra outra porta, sem me dizer mais nada. E quando eu pegava folego pra perguntar alguma coisa a pessoa ou tinha sumido com um passe de magica ou ja estava falando com uma outra pessoa gravida.

Abro um parenteses pra dizer que acho que no ano de 2008 a taxa de crescimento vegetativo italiana vai quadruplicar pelo que vejo. E' uma superlotação de gravidas no hospital. Mas enfim, de alguma maneira, os italianos conseguem sempre morrer mais que nascer. E' um fenômeno de interessantes desdobramentos sócio-culturais e filosóficos.

Voltando aos fatos, agora estou de frente a uma portinha cheia de avisos de coisas que eu não consigo entender. Quero deixar claro pros leitores que eu sei falar italiano perfeitamente bem. Que tem gente que não acredita que eu não sou italiana e que o meu léxico e' fantástico. Ok, descartando um possível problema de idioma e percebendo que eu não sou tao burra assim, vai, eu ate sou "meia" inteligente, e' tudo feito pra não ser entendido mesmo. Pra fazer as gravidas ficarem fazendo filas longas calorentas e as pessoas normais (sim, gravida e' anormal) perderem o dobro, senão o triplo, do tempo que se poderia gastar pra tirar 3, 4 tubinhos de sangue, meter uma etiquetinha e dizer "volta na semana que vem pra pegar o resultado, obrigado, ate logo".

Acontece que nessa segunda portinha dizia também pra não bater, pra esperar. Mas, vocês vão concordar comigo que depois desse périplo eu não ia ficar la pagando pau pra fila de novo e já estava começando a perder a paciência. O que eu fiz? Eu bati, toc-toc-toc. E saiu uma enfermeira com olhar de reprovação. Aqui, missão cumprida, nem 1 minuto de espera. Não fosse pela menina antipática da porta do lado que saiu na mesma hora pra me dizer "Senhora, e' pra esperar ate' a porta abrir, não pode bater, você não viu o aviso?!" Nessa hora, cara de estrangeira funciona sempre. Essa segunda enfermeira se revelou muito simpática e imaginei que ela também não gostava daquela primeira que se achava que veio me dar bronca no corredor e tal, portanto aconteceu aquela identificação imediata entre eu e a enfermeira gordita (porque sera?). Ok. Gente agora vem a parte mais engraçada. A gordita olha os pedidos do medico e me diz, não não, você tem que esperar aqui do lado mesmo, ou seja, da onde eu tinha acabado de sair. Ah, gente, eu ri. Eu ri de verdade. Eu dei uma risada pra tentar descontrair o ambiente, o pessoal vestido de branco, as gravidas barrigudas calorentas. Alguns riram comigo, porque se tem uma coisa que não existe na Itália, na Itália inteirinha, em todo o pais, não e' uma hipérbole, e' a tal da privacidade. Alias, não existe uma palavra em italiano pra privacidade. Não estou estou brincando, aqui, quando alguem quer ilustrar o conceito (obtendo inevitavelmente um exito ruim) se usa "privacy" em inglês. Mas ninguém sabe o que e'. E por isso eu estava discutindo no meio do corredor a meia hora com enfermeiras e senhorinhas que cazzo eu tinha que fazer pra conseguir alguem com um garrote, uma seringa e 3 ou 4 tubinhos pra tirar meu sangue?

Outro parenteses, eu odeio tirar sangue. Gente se tem uma coisa na vida que me da arrepios e me faz sentir mal dias antes e' o exame do sangue. E eu tinha me preparado psicologicamente pra faze-lo hoje. Mas estava começando a entrever um desfecho negativo pra mim.

A gordita, depois que viramos melhores amigas, disse que ia me ajudar, entrou na sua portinha imaculada na qual não se pode bater e me disse pra esperar fora. Ai quanto mistério... Voltou com uns formulários já preenchidos e me disse - ufa, juro por deus que essa foi a primeira vez que alguem me disse alguma coisa esta manhã , quer dizer, que alguma informação foi passada pra mim sobre os exames que deveria fazer e como e quando. Mas a desfortuna era que eu deveria voltar pra fila do lado, a porta da antipaticona, pra marcar os exames porque, afinal de contas, vejam vocês, já era tarde demais pra fazer coleta de sangue. Eu não quis entrar no mérito que eu já estava ali indo de fila em fila fazia quase 2 horas. Achei melhor não jogar a culpa na minha única aliada do hospital, não queria disturbar-la com essas pequenezas.

Bom, volto pra fila 1, espero 5 minutinhos, e entro de novo na sala. No fundo tem uma outra enfermeira muito mais antipática que a primeira, (me sinto ate' um pouco mais sortuda nesse momento) falando com uma paciente no telefone sobre exames, resultados, com riqueza de detalhes e nomes - o que numa cidade pequena como Genova, e' fácil que vire boato logo, tipo Fulaninha Parodi Bruzzone Sanguinetti esta com uma doença venérea hahaha. Mas dai como vocês aprenderam hoje, na Itália não existe palavra pra privacidade.... E finalmente a minha enfermeira menos antipática resolve dar uma olhada no calendário. Marca um exame pra amanha, mas atenção amanha tenho que passar primeiro embaixo e pagar o ticket e depois subir pra tirar o sanguinho, e o outro exame esta marcado pro dia 13 de junho, sim, daqui a um mês.

Se eu tiver tempo juro que vou traduzir e mandar pro Michael Moore. Olha ai a saúde pública do 2o colocado no mundo nesse quesito. Primeiro a Franca, depois a Itália. Mas eu não paguei nada hoje, quer dizer não tirei nada do bolso e não consegui fazer nada, mas perdi horas de trabalho, que valiam dinheiro, ou seja, desvantagem total pra mim. E amanha tenho que pagar. E quando voltar pro exame do 13 de junho vou ter que pagar também. Espero só que eu consiga ouvir o resto da historia da fulaninha com DST que tinha que refazer o exame. E sinceramente, se tivessem me contado essa historia antes e eu tivesse tido a opção de pagar caro e resolver o assunto, ou esperar e pagar menos, col cazzo que eu ficar brincando de dança das portas a manha toda em jejum.

Ah, na volta, quando estava saindo, avaliei seriamente a possibilidade de subir outros 3 andares e dar uma passadinha na psiquiatria. Mas dai, eu realmente tinha que ir embora e se eu chegasse la' naquele estado psicológico agravado, provavelmente me internavam. A única vantagem e' que internado não tem que pagar a merda do ticket.

Friday, May 09, 2008

sublime joy

I went from super anxious to fabulously blase'. But also, numb could be a good definition. I think there's some hormone that operates that (some? talk about the works, loads of them all over your body, 24/7 hormones, filling in the blanks for you everytime you get your mind off of something, literally, there's no free time anymore...)

Don't get me wrong, I am happy. I swear I am and I would prove it right now if I only knew how to. (Don't expect me to begin knitting).

So right now, the next phase is depression, I suppose, so, basically crying. When you shower, when you eat, when you don't eat, when you crave and can't find the thing you're craving, when you wake up and for some reason everything's uncertain, none can give you clear answers, you'd figure, since it's always been the same thing from the beginning of time, and now with our so-called modern science you'd think, I did, that they would give you a document with bullet points of things you can't and can do, things you will feel, things that are going to happen. But no. It's here, on blogs like this, that you have to go fishing for, mind you, no science talk, but some girlfriend's guide to the deed. And it helped.

But, hey, girlfriend, one thing you should know is that the beginning is really hard. Nobody says that. Because you feel so lonely. And you are. Wait, no, you are not. And you will never be alone again. Because now you are with child. And when it finally kicks in, I bet it's all the joy sublime.

So wait, I'll keep you posted. Sincerely.

Friday, March 02, 2007

Mais uma dose...

- Cloridrato de Sibutramina.
- E?
- Só.

- Pílula anticoncepcional conta?
- Conta.
- Então, é isso mesmo, sibutramina e pílula. E a bombinha de asma.
- Quantas vezes ao dia?
- Uma.
- ...
- Uma de manhã e outra à noite. Duas vezes ao dia. 250mg.
- Café?
- Ah é, tem o café também. 2 ou 3.
- Álcool?
- Pouco, aqui e ali, em situações sociais... mas peraí, conta tudo? Tenho que contar tudo, tudinho? Então tá faltando o egg&bacon roll que eu comi no bar e uma porçao de cheetos... mas eu tava com tanta fome, tanta, tanta, eu não aguentei. E pra acompanhar eu pedi um guinness shandy. E acho que essa foi a maior droga do dia, ok?

Wednesday, February 28, 2007

Salute e figli maschi.

Me encontrei no supermercado com uma criança pequena no colo e uma outra um pouco mais velha dentro carrinho. Procurando produtos saudáveis, lendo etiquetas, a cena perfeita de um comercial de margarina. Ou leite, ou cotonetes. E foi aí que eu perguntei pra ela, ou seja, eu mesma, se estava feliz.

Nada faz sentido nesse inferno que é ter filhos, essa pança flácida, coberta de estrias. As tetas caídas. O carrinho do supermercado transbordando de merda saudável, verdurinhas, papinhas, fralda e tudo aquilo que mete raiva na gente. Na gente que é solteira e sem filhos, quero dizer.

É isso que você quer mesmo? Esse não estar nunca mais sozinho no mundo, ter alguém sempre carregando seu sobrenome e seu DNA pra te fazer passar vergonha em lugares públicos quando resolve ter um temper tantrum. Essa existência sobre a qual você não tem nenhum controle, ainda que todos as cagadas que esse ser humano fizer antes de 18 ou 21 can be and will be traced back to you. Esse outro ser humano que você, num momento de gloriosa fantasia, acreditando numa vocação divina dos homens, pensando na Bíblia e toda e qualquer papagaiada, resolveu botar no mundo. Esse filho para o qual você perdeu horas e horas escolhendo o nome, fazendo provas pra ver se rimava com palavrões, pra tentar prever como os filhos dos outros testa di cazzo gozariam da cara dele.

Ela (eu) me pergunta se é isso que eu quero mesmo. Não tem volta, sabia? As feministas se enganam, não tem pílula, nem aborto, nem pro-choice. Mulher quer mesmo é ter filho. Mesmo quando não pensa nisso, se prepara pra isso. É o norte magnético da mulher moderna, clássica, engajada, solteira, casada, feia, bonita. Não importa. Até aparecer naquele comercial de margarina e entender do que se trata, não sossega.

E eu fiquei sem resposta.

Monday, May 29, 2006

It's only a paper moon.

My thoughts linger nostalgically to my old days of silicone boobs, 14-dollar drinks in preppy-trendy places, the "by the pool" business and I'm telling you, all year round by the pool is unbeatable business, I once did my birthday party by the pool, it didn't work out quite right but anyways, you gotta be with the "in-crowd". The fantastic "2-for-1 night" all week long, if you know where to go, you know what I'm saying. The board walks, the dog walks, the power yoga, the eat-as-much-as-you-can king crab all seafood fresh from the pier buffets. The light mayo, light butter, egg beaters, the "90% natural cheese" cheese, all protein, no transfatty acids and no white flour, no sugar added, organic guaranteed, delicious one-meal shakes. The harassment-free, no questions asked, satisfaction or your money back, this call might be recorded for your own safety and please come back again we appreciate your business. The thousands of passwords and safety questions, mother's maiden name, dog's breed and credit cards with your photo. I miss it. And the whipped butter. And my light yogurt with real fruit. And the parking lot and the meters outside the movie theatre, the boardwalk and any road and the parking meter card "25 $ of tranquillity parking". Paper or plastic supermakets, over the counter 2-story drugstores with anything you could ever need in the case of diarrhea, unsafe sex and bad breath. The one million diet sodas and the large variety of peanut butter, mascara and aspirins. Ooh, don't let me forget about the always useful wax filled electric hair rollers. Really rocking. Do you get it? I miss my shower radio.

Wednesday, May 17, 2006

Trópicos.

O trópico de capricórnio existe? Ele é imaginário mas existe, tá lá em alguma posição exatinha, basta olhar no atlas. E é assim também com os 30. É uma linha imaginária, mas que existe, ó, exatinha, 30 anos depois que você nasceu. Que na prática são 3 décadas em que tudo somado, tudo calculado, tudo subtraído, faltou um monte de coisas. É isso, na prática, é isso. Tem sempre aquele negócio de pensar em como a gente pensava aos 15 que a gente seria aos 30. Eu pensava tudo diferente. Eu pensava que ia demorar mais, pensava também que me sentiria mais velha, e isso, é verdade verdadeira, me sinto muito menos velha - tudo mérito da Neutrogena com o fantástico sistema de microdermabrasion, quer rejuvenecer?, pergunte-me como. Comunque, pensava tudo diverso, 30 anos é a idade eterna dos meus pais, eles tiveram sempre 30 anos até que um dia fizeram 50. Mas eu não tenho filhos e agora tenho 30. Conflito. Trinta anos é tempo pra caramba. Imagina levar a roupa pra lavanderia e te pedirem pra voltar "daqui umas 3 décadas mais ou menos, mas nós ligamos pra avisar se ficar pronto antes. Olha que se a senhora quiser dá pra fazer em menos tempo, mas tem a taxa de urgência."

Sei lá. 30 já parece tanto.

E o resto, como será? Daqui por diante, como é? Quando é que vou me sentir velha, quando é que serei considerada velha mesmo, quando é que se começa a falsificar documentos, mentir em entrevistas, não dizer a idade simplesmente...?

Os sinos anunciam a meia noite do meu aniversário. E eu começo um dia que poderia ser como todos os outros sentindo-me estranha porque 30 anos atrás eu nasci. Que bobagem. Porém, ainda que imaginário, é um trópico e eu posso jurar que ele está bem aqui.

Saturday, May 13, 2006

Reality check: La dolce vita.

Europeu quando quer ser schifoso mesmo goes all the way to the rocky bottom. Desodorante que dura 7 dias, já viram isso? A idéia que exista toda uma industria para as pessoas que ficam dias sem tomar banho me preocupa: o carinha que inventou a formula depois de anos de pesquisa e testes em milhares de axilas voluntárias, a empresa que resolveu produzir, os supermercados que vendem o produto... e toda a gente que compra e usa o maldito desodorante de 7 dias. Bom, eu, que pego ônibus todo dia, sei que não funciona 100%.

Todos votam pela sinistra, nonostante queiram se ver livres de todos os imigrantes e dos turistas tambem. Essa gente dá muito trabalho. Os mais odiados sao os asiáticos. Sa com'é, eles abrem a lojinha, nao fazem pausa pranzo, Dio mio, e ainda por cima querem abrir no domingo. É o fim do mundo. Os italianos odeiam sopratutto gente que quer trabalhar... Basta ir no banco. Fila de mil pessoas, as mocinhas no caixa lixando a unha, falando no telefone, contando dinheiro na frente de todo mundo... daí aparece o chefe. Pensa que todo mundo finge que está trabalhando? Que nada, lá do fundo alguém grita o resultado da ultima partida de futebol da empresa, as mocinhas todas dão uma piscadinha pra ele e ele, nas suas mocinhas preferidas, dá aquela palmadinha carinhosa na popa. Cenário maravilhoso. E você ali há 20 minutos, esperando pra trocar um cheque. Mas pra quê ter pressa. Parece até aquela gente de Milão. Ah, tem também aquela "gente de Milão", que gosta de trabalhar, que tem pressa porque tem coisa melhor pra fazer do que ficar esperando em fila, insomma, gente que é uma vergonha pro próprio país.

País civilizado, de primeiro mundo, é isso aí.

Comunque, não quero voltar pro Brasil.

Friday, March 17, 2006

Contrário.

Estou feliz.
Não estou feliz.
Estou bem.
Não estou bem.
Estou mal.
Estou melhor.
Queria ser magra.
Queria ser mais alta.
Queria ser mais rica.
Queria ser famosa.
Queria ser ruiva de verdade.

Mas nunca quis ser mais inteligente. O que me leva crer que essa é a chave do negócio todo. A beleza é que é realmente importante. A inteligência você pode adquirir ao longo da vida, vivem dizendo isso pra gente, que a idade traz sabedoria, nada mais fácil, mas a beleza não. Either you have it or you don't. E chega de papo-furado.

Ou será que é o contrário?

(Que medo, meu deus, de ter pensado tudo errado, e que se eu fosse inteligente mesmo não ia ter escrito nem pensado essa merda, não ia nem ter blog pra escrever essas besteiras! E se fosse inteligente não ia desejar, por exemplo, ser ruiva de verdade, que é uma coisa muito ridícula, eu assumo. E agora, meu deus, pra ficar inteligente o que é que a gente faz? Dispenso mensagens sobre Scientology.)

Monday, August 01, 2005

Bob pai, bob filho

Certa vez levaram um cachorro ao veterinário com o carro oficial. Isso junto com um monte de coisas resultou num dia em que, na minha escola, os professores disseram que quem quisesse virar massa de manobra podia faltar na aula sem levar falta. E eu, alienada e orgulhosa que sempre fui, fiz o manifesto dos cara-amassadas no meu travisseiro - hoje sei que sou agorafóbica e aquela muvuca na Avenida Paulista, fosse pelo que fosse, non sarebbe andata bene per me.

Enfim, moral da história: nenhuma. Mas eu queria ter o prazer de comparar o filho do Lula com a cadelinha do Magri.

Friday, June 17, 2005

Prosciuto sugli occhi

Finalmente, Tom Cruise está apaixonado por uma de nós. Sim, uma de nós, que naquela época do Top Gun, era adolescente e gravou o filme quando a Globo passou na Tela Quente e o assistiu centenas de vezes a tarde durante as férias de Julho. Minha parte preferida era quando estavam todos os pilotos no banho e Iceman provocava Maverick (Val Kilmer e Tom Cruise respectivamente). Confesso logo: eu também quis casar com Tom Cruise. E me sinto representada pela Katie Holmes (pretenciosa?nah...). Veja bem, a Nicole Kidman não é uma de nós - quem dera... a Penelope Cruz-credo. Agora, a Joey do Dawson's Creek, (e isso é bom e muito ruim ao mesmo tempo), is definitely one of us. Good for us, Tom Cruise é nosso!

Monday, June 06, 2005

Incrível

O shampoo e o condicionador acabaram juntos.

Wednesday, May 25, 2005

Eu já contei pra vocês....

...do incrível inseto vermelho?

Vermelho mesmo, vermelho Ferrari, aparece no verão no teto da minha casa. Na verdade é um prédio. Mas eu moro no último andar, sem elevador, é claro, pois a casa foi construida em 1800 sei lá o quê e depois foi reformada em 1900 sei lá o quê - uma data quando os elevadores ainda nao tinham sido inventados. Mas tudo bem, porque estando no teto, eu tenho janelinhas de barco em casa, a mobília toda baixinha e uns 3 galos no cucuruto de tanto meter o cabeção nas vigas do teto... Comunque, eu contava do tal bichinho vermelho que parece um ácaro, (naquela célebre imagem ampliada milhões de vezes do microscópico vilão). A primeira vez que o vi estava dentro da minha máquina fotografica, caminhava pelo visor digital. Eu ainda não expliquei que ele aparece bem pequenininho, o que facilita sua entrada em aparelhos eletrônicos e depois vai crescendo, no começo de maio eram pontinhos barely visible. Agora estão com dimensões de formiguinhas de cozinha. E são vermelhíssimos. E mancham a roupa da gente. Portanto, tomar sol no telhado só de roupas escuras.

Wednesday, March 16, 2005

Conselho editorial

Nunca, sob hipótese alguma, peça luvas emprestadas. Em temperaturas propícias ao uso de luvas, o nariz da gente escorre quase que ininterruptamente. E friozinho faz com que tenhamos preguiça de tirar as luvas pra assoar o nariz. E assoar o nariz de luvas é deveras complicado. Poupo o leitor dos detalhes.

3 meses depois...

Tenho blog, logo existo.
Primavera em 3 marcas.

Armani. Bastava parar aí, o resto é tudo cópia.
Entre linhos e couro e algodão amassado, puro, com cara de ser muito macio e confortável, Armani constrói sua Primavera com muito branco e off whites como aveia, manteiga e tons de bege. Jaquetas de couro estilo aviador, calças estilo gaúcho, e proteções de canela que me parecem muito pouco funcionais, mas são lindas e convencem. Quase sem estampas, algumas calças listradas, tudo muito casual e limpo, muito simples porém muito bonito e de bom gosto. Na parte haute couture, entram algumas estampas florais, com muito rosa, laranja e verde, seda, alguns tecidos luminosos, até brilhantes, mas a cor de fundo continua sendo o branco e o tecido básico, o algodão. Faz a gente ficar com muita raiva dos casacos, echarpes e botas pesadões do final de inverno atípico na Europa, por culpa de últimas frentes frias que chegaram de surpresa, sobretudo na Itália, que ficou cobertinha de neve de Norte a Sul. Milão, que tem sempre aquele friozinho chique, estava geladésima... e a Primavera acontece por enquanto só nas vitrines.

MaxMara, mulheres muito bem vestidas e femininas ? Echarpes finas, em tons fortes como vermelho escuro, vestidinhos de alças com jaquetinhas curtas ou ?coprispalle?, que é tipo uma malha que só tem as mangas, muito coloridos, sobretudo de azuis claros e verdes puxando para o pistache. Muito bege aqui também e branco. Muitos tecidos orgânicos e confortáveis, muita, muita, muita sobreposição. Um cachê-coeur aqui e ali. Algum laranja, sinto que será um grande hit do verão (previsão minha). Jaquetas tipo aviador e muitos trench coats, todos lindos.

Zara, a cópia bem feita ? Um pouco de tudo que foi dito acima. Aqui acha-se ainda alguma coisa em um verde escuro, entre o militar e o oliva. Não prestei muita atenção, porque o verde é a cor proibida pra mim. Coprispalle, casaquinhos curtos, trench coats, e ainda aquelas insistentes saias assimétricas, (eu que sou um pouco obsessiva-compulsiva não suporto). Muito Jeans.

Disse que seriam 3 mas dou uma colher de chá e falo da H&M, que é uma marca Sueca, inaugurada no final da década de 40. E só chegou aos EUA e sul da Europa a partir do ano 2000. A primeira loja na Itália foi aberta em 2003, e hoje é um sucesso tremendo. O line up e público alvo são praticamente os mesmos da Zara, pois a marca segue todas as principais tendências da moda, com todas as peças mais básicas e mais fashion de cada estação com preços bem mais em conta. E bem mais em conta que os preços da Zara, devo sublinhar. Em Genova e em Milão, alguns pontos que eram lojas enormes da Benetton foram vendidos para a H&M que parece crescer vertiginosamente. A loja está sempre lotada, eu quase não consigui ver as paredes de acessórios, e estamos falando de uma quarta-feira de manhã...

Balanço do dia: 10 euros na H&M e 30 na Zara. E um par de óculos escuros glamourosos, preço sob consulta. E almoço no McDonald?s... Agora sento e choro com dor de estômago.

Friday, December 31, 2004

Un Giorno Migliore

Depois que formulei a teoria de que falar italiano emagrece (depois eu explico melhor) e como pretendo colocá-la a prova esse ano de 2005 pra depois escrever meu best-seller de auto-ajuda do tipo " Emagreça parlando", aí vai uma musiquinha muito bacana em italiano. Infelizmente não consigo incluir uma música aqui, mas é tipo um twist, bem animadinha, vai imaginando aí. De Paolo Belli, Un Giorno Migliore.

Oggi puo' essere un gran giorno
che ti sorriderà
credi nei tuoi sogni
il mondo splenderà

Gli occhi, chiudi gli occhi
e sogna quello che ti va
quando apri gli occhi
e un gran sole ci sarà

Ti senti libero
Perfetto
il cuore elettrico
l'animo fantastico

Guarda le tue mani
hanno grandi desideri
credici nei sogni
Al ritmo del tuo cuore

Oggi puo' essere un gran giorno
Datti un'oppurtunità

Sessão

Acho que começou quando era pequenininha. Esses traumas de primeira infância. Quando eu pedia pra minha mãe me pegar no colo, e ela, com meu irmão que era bebê nos braços, dizia que eu já era grandinha e tinha que ficar no chão como uma boa menina. De lá pra cá, fiquei tentando ser boazinha pra esconder o ciúme.

Freud explica. Mas quem resolve?

Eu quero minha parte em éter.

Thursday, December 30, 2004

Loucura mesmo é a lucidez. É olhar pra dentro de si e tomar consciência de tudo de uma vez só, tudo aquilo na ignorância poderia ser bliss. Eu achava que enlouquecer era diferente. Eu esperava perder a noção, ( e isso parecia bom). Mas não se perde os sentidos, encontra-se outros.